Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim uma nobre domadora
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nua
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorando a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeita
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Me reinventar
Viver menina, morrer poetisa.
“..Conheci de tudo um pouco,
das lágrimas aos sorrisos e
ambos me fizeram ser
essa pessoa que sou hoje.
Decepcionada, porém muito
consciente e equilibrada.
Ficaram as rugas
no rosto e na alma,
mas também ficaram sorrisos em ambos.
Minhas rugas mais bonitas
são aquelas marcas de expressão
que eu adquiri por tanto sorrir,
muitas vezes, quando o coração chorava.
Mas cultivando
estados Mentais positivos
como a generosidade e a compaixão
decididamente conduziram-me
a uma melhor saúde mental e a Felicidade.”
Com Elegância
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara:
a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais e que não deixam de dar retorno.
Elegante é
quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma descortesia...
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens...
Abrir a porta para alguém é muito elegante...
Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante...
Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...
Oferecer ajuda... é muito elegante...
Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante...
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social:
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade,
os desafetos é que não irão desfrutá-la.


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